Mostra de filmes LGBT agita a semana paulistana

Por Aline Paz

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Em novembro, aconteceu em São Paulo, o festival Mix Brasil da Cultura da Diversidade. São mais de 140 filmes na programação, entre curtas e longas. Há produções de países como Camboja, Cuba, Dinamarca, Polônia, Coreia do Sul, Eslovênia, Macau, entre outros. A abertura aconteceu no Centro Cultural de São Paulo, marcado por um coquetel e muita celebração. Aproveitamos a festa para falar com João Federici, um dos idealizadores do projeto, que comenta o porquê de trazer um evento cultural com essa temática.

Ator e João Federici

"Eu acho muito importante o cinema para o assunto LGBT, para levar esse conhecimento para os outros. Porque as pessoas conseguem assistir um filme, que tem uma questão de gênero ou orientação sexual, e através disso questionar", diz Federici. João acredita ainda que o festival é capaz de enriquecer ainda mais o cinema nacional.

Você sabe como funciona a seleção de um festival desses? André Fischer, que assume a direção juntamente com Federici, explica melhor: "A gente já tem uma seleção de filmes assim que termina o Mix Brasil. No começo do ano, já começam os festivais no exterior, o primeiro grande festival é em Berlim, no começo de fevereiro. Depois a gente segue os circuitos de festivais de cinema gay, além de outros festivais também. As inscrições são abertas a partir de abril, que é quando os vídeos começam a chegar", revela Fischer. Para se ter uma ideia, só de filmes brasileiros nesse ano, foram inscritos pouco mais de 150 filmes. Os organizadores assistem quase 1.000 filmes para conseguir selecionar aqueles que irão passar ao longo da mostra. 

O grande destaque da mostra fica por conta do inédito e polêmico "Interior Leather Ba.", dirigido por James Franco que foi inspirado em "Parceiros da Noite", um filme de 1980, que supostamente teve cenas cortadas de sadomasoquismo entre homens. A produção de Franco é uma mistura de documentário e ficção com cenas reais de sexo gay. A edição traz ao menos seis filmes que discutem conflitos de pessoas com a sexualidade e sua religião. Assim como no curta “Joelma” que conta sobre a vida de uma transexual devota à Deus. "Ela tem uma relação com a fé, muito intensa. Mesmo tendo os santos na casa dela, ela jogava búzios, ela fazia um monte de cosias. E mesmo assim, ela ia para a igreja católica, ela sempre participa das procissões, e é muito respeitada pelas pessoas da igreja", explica Edson Bastos sobre a protagonista da sua trama. O diretor diz também que foi ousado ao apostar em um assunto pouco explorado em uma região tão pacata como o interior da Bahia, que é onde se passa a trama. Para assistir ao curta completo, pela plataforma Youtube, basta aperta o play no vídeo abaixo:

O festival não para por aí, além de cinema, é possível se deparar com teatros, danças, shows, karaokês e leituras dramáticas com a temática da diversidade sexual e da cultura LGBT. Os preços dos ingressos variam de acordo com o estabelecimento. A programação acontece no Centro Cultural de São Paulo, nas salas do Espaço Itaú de Cinema, na Augusta, no CineSesc e na Galeria Olido, além de sessões ao ar livre no Largo do Arouche e no jardim suspenso do CCSP. A programação completa, assim como horários e valores, podem ser conferidos no site: www.mixbrasil.org.br